sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

MAIS VAMOS FALAR DE COISAS BOAS!


Provavelmente esse fenômeno já tinha ocorrido antes, mas eu desconheço os fatos. Sei que pra geração dos meus pais era muito comum se fazer a pergunta: o quê você estava fazendo quando atiraram no Presidente Kennedy? O atentado, muito além da tragédia política, tornou o dia 22 de novembro de 1963 um marco para toda uma geração. Foi como um ritual de passagem para milhões de pessoas ao redor do mundo que assistiram pela TV as chocantes imagens do sonho americano de liberdade e justiça para todos desmoronar em Dallas. O brutal evento permanece nas memórias das pessoas como uma imensa rocha, incontornável. Pessoas que se lembram ainda hoje o que estavam fazendo no exato momento do assassinato.As gerações seguintes criaram seus próprios marcos, como por exemplo, o assassinato de John Lennon em 1980 ou o fatídico 11 de setembro de 2001. Já a imensa torcida do Flamengo tem seu próprio marco temporal, criada pelos que tiveram o privilégio de acompanhar o mítico time de Zico, Junior, Leandro et caterva. Entre os muitos feriados oficiais e religiosos, efemérides e dias históricos da rica e incomparável tradição rubro-negra, uma data em especial merece por parte da torcida as maiores demonstrações de devoção e orgulho.
Esse dia perfeito e inesquecível é comemorado entusiasticamente pelos rubro-negros de todo o planeta com fervorosa religiosidade desde 1981. E esse dia é hoje, 13 de dezembro, o dia em que o Flamengo conquistou o Mundo. Como milhões de rubro-negros, eu também me lembro exatamente de onde estava o que estava fazendo quando o Flamengo foi Campeão do Mundo pela primeira vez.
Apesar da arco-íris não admitir, todo mundo sabe que muito antes de sequer sonhar em disputar a final do Mundial contra o Liverpool em Tókio, o Flamengo já era o maior do mundo, isso é ponto indiscutível. Acontece que a consagração no campeonato supremo do planeta aliado ao banho de bola que o Mengão deu na inglesada conferiram um caráter ainda mais oficial ao que já era de conhecimento geral da Nação.O Flamengo dominou o mundo e a torcida fez a festa que um acontecimento dessas dimensões merece. Desde Tókio ao centro de São Gonçalo, passando por Macapá, João Pessoa e Paris, os rubro-negros foram para a rua com suas bandeiras, seus gritos e seus Mantos Sagrados, colorindo o dia 13 de dezembro com um vermelho e preto indelével que até hoje perdura.
Naquele 13 de dezembro em Tókio, o Flamengo se apresentou como uma orquestra, dando um show de bola regido pelo maestro Zico. Mas não foi só Zico que brilhou, Adílio, Júnior, Nunes, Raul, Leandro, Mozer, Andrade, enfim, todos os astros da companhia tiveram atuações épicas, irretocáveis, que levaram os ingleses à loucura e mudaram a percepção que o mundo tinha do Flamengo.
De lá pra cá muita coisa mudou pros torcedores do Flamengo. Uma das principais mudanças foi que passamos a dispor desde então de mais um inatacável motivo para justificar o constante ar de superioridade que nos distingue perante nossos fregueses.A grande verdade é que esse título Mundial permanece na memória de todos, torcedores do Flamengo ou não, como aquela imensa rocha incontornável. É impossível ignora-lo, fingir que não o viu ou desconhecer sua eloqüente existência. Pra quem pretende ao menos se igualar ao colossal Flamengo,
conquistar um título semelhante é uma das condições mínimas exigidas. Enquanto não conseguirem, os nossos fregueses ficam chupando o dedo. Melhor assim. Nós temos e eles não tem! Hahahahahaah!
(TEXTO DE Arthur Muhlenberg DO URUBLOG DO GLOBOESPORTE.COM)

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